Hoje o assunto
é Claúdio Dias! Um dos nossos diretores da Luna Lunera Cia. de Teatro, de BH.
Para ler esse
post, recomendo esta música, que nos moveu durante a semana de trabalho com o
Cláudio: http://www.youtube.com/watch?v=1lgwmbr3dNs
Tão curtinha a
música – assim como o tempo compartilhado juntos. Curto, porém cheio de graça e
extremamente proveitoso. Com o Claúdio, um dos nosssos maiores desbravamentos
foi o corpo, o corpo que pode ser corpo-palavra, corpo-imagem, corpo-ser, o
corpo que compõe as palavras, que dá vida a elas.
O Cláudio nos
movimentou, colocou holofotes da nossa frente e fez nossos corpos virarem
poemas por si só, na cena. É muito importante sabermos mobilizar nossos corpos (nós,
em nossa inteireza) dentro do trabalho, encontrar nossas verdades e agir
segundo elas. Sinto que este trabalho, mais que qualquer outro, por ser nosso
retrato, tem que estar em consonância com nossos corpos, que é afinal quem nós
somos. As nossas vozes, mesmo que contaminados com a do Manoel, cheias das
palavras do Manoel, apaixonadas pelas imagens do Manoel, só podem sair da nossa
boca, segundo a nossa saliva, nosso entendimento, nossa força.
Em termos de treinamento, o Claúdio introduziu
para nós os View Points e o Contato e Improvisação, que temos continuado
trabalhando até os ensaios mais recentes.
Outra coisa
muito importante, e que vem sendo determinante nos últimos ensaios, é a questão
introduzida por Cláudio sobre os objetos, ou os desobjetos. Manoel fala muito do
cisco, das coisinhas miúdas, das coisas do chão, das coisas pertencidas de
abandono. O Cláudio pediu que trouxéssemos esses objetos. Objetos nossos, de
descarte. A partir deles, inventamos um milhão de coisas mais. “Sou capaz de
inventar uma tarde a partir de uma garça. Sou capaz de inventar um lagarto a
partir de uma pedra. (...) Experimento o gozo de criar. Experimento o gozo de
Deus.” Enquanto artistas, foi isso que fizemos.
Nesse sentido,
o trabalho do Cláudio se aproximou muito (e de uma forma que não havia sido
planejada previamente) com o trabalho de Alex Cordeiro, nosso assistente de direção.
Sincronia!
Cláudio
alertou também para o fato de que daqui a pouco teremos de começar a fazer
escolhas: dentre as mil possibilidades que o retrato oferece, quais seguiremos?
Quais aprofundaremos?
Hoje concluímos com a dúvida.
Hoje concluímos com a dúvida.
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